quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Transição para a República


Não resta dúvida de que a manutenção de características coloniais, com base no latifúndio monocultor escravista, representavam um sério obstáculo para o progresso urbano-industrial. O crescimento do processo abolicionista e o fortalecimento da nova oligarquia não-escravista do oeste paulista, trabalhavam em detrimento do regime monárquico e dos interesses a oligarquia escravista.O antagonismo do novo (urbano-industrial e abolicionista) com o arcaico (agro-exportador e escravista), associado a outras questões estruturais, como as restrições que a igreja e o exército passam a fazer ao centralismo monárquico, determinam a passagem da monarquia para república, através de um golpe de Estado, articulado pela aristocracia rural e pelo exército no dia 15 de novembro de 1889.Para finalizar esse momento histórico, vale destacar o apoio (meramente circunstancial) da oligarquia tradicional escravista ao movimento republicano. Essa aparente contradição, deve-se ao fato do regime monárquico ter abolido a escravidão sem indenização para os proprietários de escravos, que percebendo a inevitável morte da monarquia, ingressaram de maneira oportunista no movimento republicano, visando participar do novo governo e garantir seus privilégios de classe. Nesse sentido, não por acaso, a primeira fase da república no Brasil (República Velha) é historicamente dividida em "República da Espada" e "República das Oligarquias".

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